Vida multicelular
Evolução
Criacionismo e design inteligente
- Design Inteligente
- Criacionismo
Criacionismo Científico e a oposição ao evolucionismo
Apesar do termo Criacionismo se aplicar a todas as explicações mítico-religiosas para origem da vida no Universo, este termo ficou mais conhecido a partir de sua oposição à ciência evolutiva do século XVIII.
Nesse momento, ele esteve exposto o contraste entre as teorias científicas, como a da evolução, e as explicações religiosas.
Portanto, a partir das explicações evolucionistas científicas, especialmente as de Charles Darwin, durante o século XIX, os argumentos criacionistas irão fazer suas revisões e reinterpretações.
Esse movimento fica mais claro nos Estados Unidos, onde o termo "criacionismo" torna-se popular a partir da década de 1920.
Nesse momento, ele passou a ser associado ao posicionamento fundamental do cristianismo para o tema da evolução humana, especialmente entre as igrejas protestantes naquele país.
Muitas vezes os criacionistas irão rejeitar as conclusões das pesquisas científicas. Contudo, alguns irão se apoiar no cientificismo para constituir argumentos que vão além do cunho religioso.
Isso porque incorporam atributos científicos e filosóficos para fundamentar as evidências de que houvera planejamento no que tange ao surgimento das espécies (Design Inteligente).
Importante destacar ainda que há uma posição criacionista que afirma a existência de um Criador sem identificá-lo, enquanto outras afirmam quem é o Criador.
Fósseis e a evolução
Uma nova descoberta, publicada na revista Science, pode ajudar a resolver esse mistério. Pesquisadores da Universidade de Oxford, no Reino Unido, encontraram fósseis de organismos multicelulares com 1,6 bilhão de anos de idade.
Esses fósseis são minúsculos, com apenas alguns milímetros de diâmetro. Eles foram encontrados em rochas sedimentares da África do Sul. Os pesquisadores acreditam que eles representavam organismos semelhantes a algas, com células especializadas que desempenhavam funções diferentes.
Essa descoberta é significativa porque sugere que a vida multicelular surgiu muito mais cedo do que se pensava anteriormente. A teoria mais aceita até então afirmava que a vida multicelular surgiu há cerca de 1,2 bilhão de anos.
A descoberta também levanta novas questões sobre a evolução da vida multicelular. Por que a vida multicelular surgiu tão cedo? Quais foram as forças evolutivas que levaram ao surgimento de organismos complexos e diversificados?
Essas são questões que os cientistas ainda estão tentando responder. No entanto, a descoberta desses fósseis minúsculos é um importante passo em direção a uma melhor compreensão da história da vida na Terra.
Aqui estão alguns pontos importantes sobre a descoberta:
- Os fósseis foram encontrados em rochas sedimentares da África do Sul.
- Eles têm cerca de 1,6 bilhão de anos de idade.
- Eles representam organismos semelhantes a algas, com células especializadas.
- Essa descoberta sugere que a vida multicelular surgiu muito mais cedo do que se pensava anteriormente.
Essa descoberta é importante porque nos ajuda a entender melhor a história da vida na Terra. Ela sugere que a vida multicelular surgiu muito mais cedo do que se pensava anteriormente. Isso tem implicações importantes para nossa compreensão da evolução biológica.
A descoberta também nos dá pistas sobre as forças evolutivas que levaram ao surgimento de organismos complexos e diversificados. Isso pode nos ajudar a entender melhor como a vida evoluiu na Terra e como ela pode evoluir no futuro.
As evidências da evolução
O primeiro é convencional e tem sido aceito em quase todas as discussões publicadas. Os dois últimos possuem pontos em comum e representam tendências recentes no pensamento evolutivo.
1) O primeiro Enchimento do Barril Ecológico:
Na teoria darwiniana convencional, os organismos propõem e o ambiente dispõe. Os organismos fornecem a matéria prima na forma de variação genética que se expressa através de diferenças morfológicas. Dentro de uma população, em qualquer tempo, essas variações são pequenas e não direcionadas. A modificação evolutiva é produzida por forças de seleção natural provenientes do ambiente externo (tanto condições físicas, como interações com outros organismos). Como os organismos proporcionam apenas a matéria-prima e como essa matéria-prima quase sempre tem sido considerada suficiente para todas as modificações que se processam de acordo com os ritmos darwinianos, caracteristicamente lentos, o ambiente transforma-se no motor que regula a velocidade e a extensão das alterações evolutivas. Então quando nos perguntamos que peculiaridade ambiental poderia ter engendrado a explosão Cambriana, uma resposta óbvia nos vem de imediato à mente: A explosão Cambriana foi o primeiro enchimento do barril ecológico da vida multicelular. Foi uma época de oportunidades inigualáveis. Quase todas as formas de vida podiam encontrar seu lugar ao sol. A vida estava se irradiando para os espaços vazios e poderia proliferar em progressão logarítmica, tal como uma célula bacteriana numa placa de ágar. Na efervescência desse período inigualável, a experimentação imperou pela primeira vez e última vez num mundo praticamente desprovido de competição.
“Competição menos severa” tornou-se a senha da interpretação. Whittington, escreveu:
“Havia provavelmente alimento e espaço abundantes nos diversificados ambientes que inicialmente foram sendo ocupados por esses novos animais, e a competição era menos severa do que nos períodos posteriores. Nessas circunstâncias, diversas combinações de características podem ter sido possíveis, enquanto estavam sendo desenvolvidas novas formas de captar os estímulos sensoriais dos arredores, de obter alimento, de fazer locomoção.... É assim que podem ter surgido estranhos animais que não se encaixam em nossas classificações dos quais alguns remanescentes podemos ver em Burgess Shale”.
2) Uma história direcional para sistemas genéticos
Mas talvez os sistemas genéticos realmente “envelheçam” no sentido de se tornarem “menos propensos a perderem uma grande reestruturação” (Valentine). Talvez os organismos modernos não possam gerar uma rápida sucessão de designs fundamentalmente novos, quaisquer que sejam as oportunidades ecológicas.
A descoberta da fauna pré-cambriana de Ediacara, com forte possibilidade de que este primeiro conjunto de fósseis multicelulares talvez não tenha dado origem aos grupos modernos, sugere que todos os animais do cambriano, a despeito da disparidade de formas, podem ter divergido não muito antes a partir de um ancestral comum do final do Pré-cambriano. Se isto ocorreu – se eles ficaram separados apenas por um curto período de tempo – todos os animais cambrianos podem ter sido portadores de um mecanismo genético muito similar em virtude do seu tempo estritamente limitado de vida independente. “A resposta similar dos organismos de Burges pode refletir a homologia de um sistema genético em grande parte ainda conservado em comum e ainda bastante flexível, e não apenas a analogia da resposta a uma pressão externa comum. É claro que a vida teve necessidade do impulso externo da oportunidade ecológica, mas sua capacidade de resposta pode ter indicado uma herança genética comum, agora dissipada”.
3) Diversificação inicial e posterior fechamento como uma propriedade de sistemas.
Para explicar seu modelo, Kauffman considera metaforicamente, o palco da vida como uma paisagem complexa, com milhares de picos de alturas diferentes. Quanto mais elevado for o pico, maior o êxito dos organismos que estão sobre ele. Sobre os picos dessa paisagem estão espalhados ao acaso uns poucos organismos iniciais. Eles se multiplicarão e trocarão de posições.
Os saltos grandes podem ser definidos como aqueles que levam um organismo para tão longe do seu antigo lar que o novo panorama não guarda nenhuma relação com o antigo. Os grandes saltos são extremamente arriscados mas proporcionam uma enorme recompensa para aqueles que obtêm sucesso. Se você aterrisa num pico mais alto do que aquele onde se encontrava, você prospera e se diversifica, se aterrisa num pico mais baixo ou num vale, você está liquidado.
Kauffman demonstra que a probabilidade de êxito é no início bastante alta mas logo cai e chega a praticamente zero – tal como na história da vida.
Se os saltos longos ocorrem com razoável frequência, todos os picos altos serão ocupados logo no início. Assim, os vitoriosos cavam trincheiras e a evolução produz sistemas desenvolvimentais tão ligados aos seus picos que, mesmo que surja uma nova oportunidade, as espécies não poderão mais mudar. Mesmo extinções ao acaso deixarão espaços inacessíveis a todos.
Para mais informações acesse:https://labs.icb.ufmg.br/lbem/aulas/grad/evol/especies/preposcambriano.html
Evidências moleculares da evolução
No mundo científico, as hipóteses são elaboradas como respostas para determinadas perguntas acerca de um fenômeno específico. Quando uma hipótese é confirmada diversas vezes, por experimentações e/ou um conjunto de evidências, ela tem grandes chances de se tornar uma teoria.
Assim, a Teoria da Evolução reúne uma série de evidências e provas que a faz ser irrefutável até o presente momento:
A primeira evidência refere-se aos registros fósseis, sendo uma prova consistente de que nosso planeta já abrigou espécies diferentes das que existem hoje. Esses registros são uma forte evidência da evolução porque podem nos fornecer indícios de parentesco entre estes e os seres viventes atuais ao observarmos, em muitos casos, uma modificação contínua das espécies.
A adaptação, capacidade do ser vivo em se ajustar ao ambiente, pode ser outra evidência, uma vez que, por seleção natural, indivíduos portadores de determinadas características vantajosas - como a coloração parecida com a de seu substrato - possuem mais chances de sobreviver e transmitir a seus descendentes tais características. Assim, ao longo das gerações, determinadas características vão se modificando, tornando cada vez mais eficientes. Como exemplos de adaptação por seleção natural temos a camuflagem e o mimetismo.
As ideias de Lamarck
- o processo de geração espontânea dar-se-ia de forma continuada;
- as linhagens produzidas podem progredir por caminhos evolutivos diversos, em função do ambiente que elas ocuparam durante a trajetória.
- Seleção Natural
O conceito de seleção natural de Darwin foi baseado em algumas observações importantes:- Características são geralmente herdáveis. Em seres vivos, muitas características são herdadas, ou passadas dos pais para os filhos. (Darwin sabia que era esse o caso, apesar de não saber que as características eram herdadas através de genes.)
- Nem toda a prole é capaz de sobreviver. Os organismos são capazes de produzir uma prole maior do que o ambiente é capaz de suportar. Por isso, há competição por recursos limitados em cada geração.
- A prole varia quanto às características herdáveis. Os descendentes, em qualquer geração, serão ligeiramente diferentes em suas características (cor, tamanho, forma, etc) e muitas dessas características serão herdáveis.
Baseado nessas observações, Darwin concluiu que:- Em uma população, alguns indivíduos vão herdar características que os ajudam a sobreviver e reproduzir (dadas as condições ambientais, como predadores e fonte de nutrientes disponíveis). Os indivíduos com essas características benéficas vão deixar uma prole maior na próxima geração quando comparados aos demais, já que tais características os tornam mais aptos a sobreviver e reproduzir.
- Como as características úteis são herdáveis, e os organismos com essas vantagens deixam uma prole maior, elas se tornarão mais comuns (presentes em uma fração maior da população) na próxima geração.
- Ao longo das gerações, a população se tornará adaptada ao seu ambiente (visto que indivíduos com características úteis a este ambiente têm, consistentemente, maior sucesso reprodutivo que os seus contemporâneos).
O modelo de evolução de Darwin por seleção natural permitiu-lhe explicar os padrões que ele havia visto durante suas viagens. Por exemplo, se as espécies de tentilhão de Galápagos compartilhassem um ancestral comum, faria sentido que elas se assemelhassem fortemente entre si (e aos tentilhões do continente, que provavelmente compartilhavam esse mesmo ancestral comum). Contudo, se grupos de tentilhões tivessem sido isolados em ilhas separadas por muitas gerações, cada grupo teria sido exposto a um ambiente diferente no qual diferentes características herdáveis poderiam ter sido favorecidas, tais como tamanhos e formatos diferentes de bico para a utilização de diferentes fontes de alimento. Esses fatores poderiam ter levado à formação de espécies distintas em cada ilha.
- Características são geralmente herdáveis. Em seres vivos, muitas características são herdadas, ou passadas dos pais para os filhos. (Darwin sabia que era esse o caso, apesar de não saber que as características eram herdadas através de genes.)
- Nem toda a prole é capaz de sobreviver. Os organismos são capazes de produzir uma prole maior do que o ambiente é capaz de suportar. Por isso, há competição por recursos limitados em cada geração.
- A prole varia quanto às características herdáveis. Os descendentes, em qualquer geração, serão ligeiramente diferentes em suas características (cor, tamanho, forma, etc) e muitas dessas características serão herdáveis.
- Em uma população, alguns indivíduos vão herdar características que os ajudam a sobreviver e reproduzir (dadas as condições ambientais, como predadores e fonte de nutrientes disponíveis). Os indivíduos com essas características benéficas vão deixar uma prole maior na próxima geração quando comparados aos demais, já que tais características os tornam mais aptos a sobreviver e reproduzir.
- Como as características úteis são herdáveis, e os organismos com essas vantagens deixam uma prole maior, elas se tornarão mais comuns (presentes em uma fração maior da população) na próxima geração.
- Ao longo das gerações, a população se tornará adaptada ao seu ambiente (visto que indivíduos com características úteis a este ambiente têm, consistentemente, maior sucesso reprodutivo que os seus contemporâneos).
Exemplo: como a seleção natural funciona
A teoria sintética da evolução
O neodarwinismo ou teoria sintética da evolução é uma teoria evolucionista que se baseia na teoria da evolução proposta por Darwin, porém adiciona conhecimentos científicos que possibilitaram explicar algumas lacunas apresentadas no darwinismo, por exemplo, como surge a variabilidade dentro de uma população. O neodarwinismo seria, portanto, basicamente uma reformulação da teoria de Darwin, incorporando, por exemplo, dados sobre genética.
No neodarwinismo, considera-se, além da seleção natural, que outros fatores evolutivos agem sobre as espécies, tais como mutação, recombinação, migração e deriva genética. As mutações e a recombinação tendem a aumentar a variação genética entre os indivíduos, e a seleção natural atua selecionando as variações que garantem maior chance de sobrevivência para o organismo.
Veja, a seguir, a definição dos fatores evolutivos considerados pelo neodarwinismo:
- Mutação: é uma alteração no material genético que ocorre de maneira aleatória e repentina nos indivíduos. Caracteriza-se por ser a fonte primária de variabilidade genética para as espécies. As mutações ocorrem de maneira espontânea, mas podem ser provocadas pela ação de agentes mutagênicos. Vale salientar que as mutações não ocorrem como forma de adaptar o indivíduo ao ambiente em que vive. Algumas mutações podem levar ao desenvolvimento de características pouco vantajosas e que, nesse caso, são eliminadas. As mutações positivas serão, por meio da seleção natural, mantidas na população.
- Recombinação genética: bem como a mutação, também aumenta a variabilidade. Entretanto, na recombinação, temos um rearranjo dos genes já existentes em uma população; já na mutação, novos alelos são formados. A recombinação genética está presente no crossing-over (permuta de material genético entre cromátides não irmãs), que ocorre na prófase I da meiose, e na fusão de gametas (fecundação).
- Deriva genética: é uma mudança nas frequências alélicas de uma geração para outra que ocorre devido a eventos aleatórios, como resultado do acaso. Os genes passados para as próximas gerações, nesse caso, não são aqueles que conferem maior sucesso adaptativo e sim aqueles que apresentaram mais “sorte”. A deriva genética, portanto, não atua para produzir adaptações. O efeito gargalo e o efeito fundador são dois casos de deriva genética. O efeito gargalo acontece quando fatores ambientais levam à repentina redução no tamanho da população, e o efeito fundador ocorre quando uma população pequena coloniza uma nova área. A deriva genética, diferentemente dos outros fatores estudados, atua diminuindo a variabilidade genética.
- Bases genéticas da evolução
A mutação cria novos genes, e a recombinação os mistura com os genes já existentes, originando os indivíduos geneticamente variados de uma população. A seleção natural, por sua vez, favorece os portadores de determinados conjuntos gênicos adaptativos, que tendem a sobreviver e se reproduzir em maior escala que outros. Em função da atuação desses e de outros fatores evolutivos, a composição gênica das populações se modifica ao longo do tempo.
Mutações
As mutações podem ser cromossômicas ou gênicas. As mutações cromossômicas podem ser alterações no número ou na forma dos cromossomos. As mutações gênicas originam-se de alterações na sequência de bases nitrogenadas de determinado gene durante a duplicação da molécula de DNA. Essa alteração pode ocorrer por perda, adição ou substituição de nucleotídeos, o que pode originar um gene capaz de codificar uma proteína diferente da que deveria ter sido codificada.
As mutações gênicas são consideradas as fontes primárias da variabilidade, pois aumentam o número de alelos disponíveis em um lócus, incrementando um conjunto gênico da população. Embora ocorram espontaneamente, podem ser provocados por agentes mutagênicos, como radiações e certas substâncias químicas (a droga ilegal LSD, por exemplo).
As mutações não ocorrem para adaptar o indivíduo ao ambiente. Elas ocorrem ao acaso e, por seleção natural, são mantidas quando adaptativas (seleção positiva) ou eliminadas em caso contrário (seleção negativa). Podem ocorrer em células somáticas ou em células germinativas; neste último caso as mutações são de fundamental importância para a evolução, pois são transmitidas aos descendentes.
O conceito de população mendeliana
Na linguagem diária, o termo “população” é muito empregado em contextos geográficos ou ecológicos para se referir à população de uma cidade, de um país ou de um determinado ambiente natural. Em genética, no entanto, usa-se uma definição mais específica:
População é um conjunto de indivíduos que se reproduzem sexuadamente, compartilhando um patrimônio gênico comum.
Essa definição foi proposta em 1950 por Theodosius Dobzhansky (1900-1975) e caracteriza o que se convencionou chamar população mendeliana, por aludir ao aspecto genético.
Em uma população mendeliana, com exceção dos gêmeos univitelinos, os indivíduos são diferentes um dos outros em uma serie de características. Cada indivíduo possui seu conjunto gênico particular, diferente do conjunto gênico de todos os demais membros da população.
O conceito de população mendeliana
Na linguagem diária, o termo “população” é muito empregado em contextos geográficos ou ecológicos para se referir à população de uma cidade, de um país ou de um determinado ambiente natural. Em genética, no entanto, usa-se uma definição mais específica:
População é um conjunto de indivíduos que se reproduzem sexuadamente, compartilhando um patrimônio gênico comum.
Essa definição foi proposta em 1950 por Theodosius Dobzhansky (1900-1975) e caracteriza o que se convencionou chamar população mendeliana, por aludir ao aspecto genético.
Em uma população mendeliana, com exceção dos gêmeos univitelinos, os indivíduos são diferentes um dos outros em uma serie de características. Cada indivíduo possui seu conjunto gênico particular, diferente do conjunto gênico de todos os demais membros da população.
Migração
- Frequências gênicas em populações
A migração corresponde à entrada ou à saída de indivíduos em uma população. A entrada denomina-se imigração e a saída emigração.
Pelos processos migratórios é possível que genes novos sejam introduzidos em uma população. Assim, se indivíduos emigrarem de uma população para a outra da mesma espécie, poderão introduzir genes que não ocorriam na população para a qual imigraram, contribuindo para o aumento da variabilidade genotípica dessa população.
Por meio das migrações é estabelecido um fluxo gênico, que tende a diminuir as diferenças genéticas entre as populações da mesma espécie.
Considere uma par de alelos A e a. Em uma população hipotética de 10.000 indivíduos, suponha que 3.600 sejam homozigotos AA, 1600 sejam homozigotos aa e 4.800 sejam heterozigotos Aa.
Nessa população há um total de 20.000 alelos do loco gênico considerado, uma vez que cada indivíduo apresenta um par deles.
O número de alelos A é 12.000, pois os 3.600 indivíduos homozigotos AA apresentam um total de 7.200 alelos A, e os 4.800 heterozigotos Aa apresentam um total de 4800 alelos A (7.200 + 4.800 = 12.000).
AA | 3.600 | A = 3.600 | 12.000 | 20.000 |
A = 3.600 | ||||
Aa | 4.800 | A = 4.800 | ||
a = 4.800 | 8.000 | |||
aa | 1.600 | a = 1.600 | ||
a = 1.600 |
A frequência de A é calculada dividindo-se o número total de alelos A (12.000) pelo número total de pares de alelos da população considerada (20.000). Portanto, nesse caso, a frequência de A é igual a 0,6 ou 60% (f(A) = 12.000/20.000 = 0,6).
A frequência do alelo a pode ser calculada da mesma maneira. Os 1.600 indivíduos homozigotos aa apresentam um total de 3.200 alelos a, e os 4800 heterozigotos Aa apresentam 4800 alelos a, totalizando 8.000 genes. Portanto, a frequência de a é igual a 0,40 ou 40% (f(a) = 8.000/20.000 = 0,4).
Alelos | Nº total de alelos | Nº total de alelos na população considerada | Frequência dos alelos na população |
A | 12.000 | 20.000 | 12.000/20.000 = 0,6 |
a | 8.000 | 8.000/20.000 = 0,4 |
O segundo cálculo é desnecessário, uma vez que a soma das frequências dos alelos de um loco, em uma população, é sempre igual a 1. No caso:
f(A) + f(a) = 1 ou 100%
Utilizando no exemplo:
0,6 + 0,4 = 1
Consequentemente:
f(a) = 1-f(A)
Utilizando no exemplo:
f(a) = 1- 0,6
f(a) = 0,4
O princípio de Hardy-Weinberg
- Fatores que alteram o equilíbrio gênico
O equilíbrio de Hardy-Weinberg não ocorre em populações reais, pois elas são afetadas constantemente por fatores que influenciam as frequências alélicas e genotípicas, o que altera o seu equilíbrio. Alterações nas frequências alélicas e genotípicas ao longo do tempo levam à evolução.
Os fatores evolutivos que alteram o equilíbrio de Hardy-Weinberg são:
Migração: a chegada e a saída de indivíduos podem provocar mudanças nas frequências alélicas e genotípicas da população, pois genes estão sendo retirados e introduzidos. Assim, os indivíduos que estão chegando podem apresentar diferentes taxas de determinados genes e afetar as taxas que estavam presentes na população original.
Mutação: ocorrem ao acaso, sendo responsáveis pelo surgimento de novos alelos. Por meio delas, um alelo (A), por exemplo, pode dar origem a um novo alelo (a). Se esse alelo (a) apresentar uma maior viabilidade, ele será transmitido aos descendentes e se tornará mais frequente na população que o alelo (A).
Seleção natural: dentro de uma mesma população, os indivíduos apresentam variações nas suas características herdáveis. Indivíduos que apresentam características mais adequadas ao ambiente tendem a produzir uma maior prole do que aqueles sem essas características, que tendem a ser eliminados.
Oscilação gênica ou deriva genética: são alterações nas taxas de genes que ocorrem ao acaso, não por mutação ou pressão seletiva, em populações pequenas.
Deriva Gênica
Efeitos da deriva genética
A deriva genética pode ser explicada a partir de dois efeitos, o efeito gargalo e o efeito fundador. Entenda um pouco sobre cada um deles a seguir.
→ Efeito gargalo
O efeito gargalo acontece quando uma população passa por uma redução significativa e abrupta em seu tamanho. Esse evento pode ocorrer devido a fatores naturais, como catástrofes ambientais, ou propositais, como caçadas intensivas e outros fatores que levam a uma diminuição drástica na quantidade de indivíduos da população.
Durante um efeito gargalo, apenas um pequeno número de indivíduos sobrevive e contribui para a próxima geração. Como resultado, a diversidade genética da população é reduzida, pois apenas um subconjunto limitado dos alelos presentes na população original é transmitido aos descendentes.
Tendo como exemplo a imagem para entender como funciona o efeito gargalo, as bolinhas coloridas representam a diversidade genética de uma população, que é composta por alelos diferentes, cada qual representado por uma coloração. O gargalo da garrafa, por sua vez, representa um evento adverso que leva à diminuição abrupta da população e, consequentemente, acontece uma redução da diversidade genética dessa população. Observe que a população que sobrevive ao evento é composta por uma frequência de alelos diferente da população original. Após algum tempo, o tamanho da população se restabelece, porém existe uma diversidade genética menor do que a observada na população original.
Um exemplo do efeito gargalo acontece com os elefantes-marinhos-do-norte, que apresentam uma redução na variação genética, possivelmente devido a um evento de gargalo populacional causado pela interferência humana na década de 1890. A atividade de caça reduziu drasticamente suas populações para aproximadamente 20 indivíduos no final do século XIX. Embora essas populações tenham se recuperado desde então, ultrapassando os 30.000 indivíduos, os efeitos do gargalo persistem em seus genes. Em comparação com uma população de elefantes-marinhos-do-sul, que sofreu uma caça menos intensiva, os elefantes-marinhos-do-norte exibem menor variação genética.
→ Efeito fundador
O efeito fundador ocorre quando um pequeno grupo de indivíduos se separa de uma população maior e inicia uma nova população em uma área geográfica separada. Esses fundadores, por vezes, representam apenas uma fração da diversidade genética presente na população original de onde se originaram. Como resultado, a nova população fundada pode ter uma composição genética mais limitada e menos diversificada do que a população original.
Um exemplo do efeito fundador é o que ocorre na população africana de descendentes de colonos holandeses no sul da África. Essa população tem sua origem principalmente em um pequeno grupo de colonos holandeses iniciais. Atualmente, essa população apresenta uma alta frequência do gene associado à doença de Huntington, pois os colonos holandeses originais coincidentemente carregavam genes com uma frequência notavelmente elevada para essa condição.
Consequências da deriva genética
A deriva genética gera consequências na variabilidade genética e na fixação ou redução dos alelos presentes em uma população. Algumas delas são:
- Fixação de alelos: um alelo específico se torna presente em 100% da população. Isso ocorre por acaso, e alelos fixados podem não necessariamente conferir vantagens adaptativas.
- Perda de alelos: o oposto ocorre em relação à fixação, isto é, um alelo específico é eliminado de uma população ao longo do tempo, o que implica o seu desaparecimento nessa população.
- Perda da variabilidade genética: a fixação de apenas alguns alelos e o desaparecimento de outros resultam da diminuição da variabilidade genética, o que pode tornar a população mais suscetível a mudanças que ocorram no ambiente, como mudanças climáticas ou alteração dos recursos disponíveis.
Diferenças entre mutação e deriva genética
A deriva genética é um evento diferente da mutação porque gera variações na frequência genética de uma população a partir de mecanismos diferentes daqueles que ocorrem na mutação.
- Mutação: é uma alteração no material genético de um organismo, mais especificamente no seu DNA. Isso pode ocorrer de diversas maneiras, como substituições, deleções ou inserções de nucleotídeos, que acontecem naturalmente e ao acaso durante a replicação do DNA ou em resposta a fatores ambientais, radiação ou agentes químicos. As mutações introduzem variações genéticas que podem ser hereditárias e que contribuem para a diversidade genética nas populações.
- Deriva genética: é um processo evolutivo que não introduz novas variantes genéticas, mas atua na distribuição de alelos existentes em uma população devido a flutuações aleatórias nas frequências alélicas ao longo do tempo. Enquanto as mutações representam alterações no material genético, a deriva genética se relaciona com a variação aleatória da composição genética de uma população.
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